Luvanor sofreu uma lesão no púbis, aos 19 anos, Ela poderia impedi-lo de alcançar o sonho de ser jogador de futebol e dar uma vida melhor à família Henrique, de Campo Maior, Piauí, que foi morar em Brasília. Mas a história de vida do atleta de 31 anos é de persistência.
Das tentativas infrutíferas de atuar no futebol brasileiro aos mais diversos idiomas que teve de conviver ao longo da carreira, ele venceu e se orgulha da história que escreveu até acertar com o clube celeste em abril.
- Sempre busquei ajudar minha família, de qualquer forma. Só não roubei, e nunca farei isso. Vendi picolé, vigiei carro, lavei carro. Trabalhei em construção, como ajudante de eletricista. Sempre ajudando o meu pai, porque era o mais velho. Com 16 anos, queria já comprar minhas coisas pra jogar meu videogame. Sabia que o duro que o pai dava era pro sustento da família, junto da minha avó, minha mãe, que nunca deixaram faltar nada.
Luvannor tentou ser profissional no Paranoá, de Brasília, e no Morrinhos, de Goiás. Ganhou a chance de um teste no Sheriff Tiraspol, da Moldávia, Leste Europeu. Chegou em 2011, com 20 anos. Dez dias de teste bastaram. .
- Fui pra lá sem saber onde era. Disse que jogava de qualquer coisa. Tinha que agarrar a chance. Disse ao meu empresário que poderia rasgar a passagem de volta, que eu iria pra vencer. Que viagem! Andei de van, trem, até chegar ao local. Foi uma experiência. Botei minha mochilinha, nem sabendo onde iria. Foi uma viagem longa, de madrugada. Mas venci.
Antes disso, superou uma lesão no púbis.
- Passei por um momento delicado, por uma lesão no púbis. Jogava na várzea. É meio complicado. Me emociono quando falo, porque tem uma pessoa que ajudou muito, que tem clube, que ajuda os garotos na região do Paranoá. Ele tem um lava-jato. Eu trabalhava lá meio período e disponibilizava o carro dele pra tratar ou treinar no outro período. Foi uma pessoa que me ajudou muito. Até ir a Moldávia, foi bem duro mesmo.''
Luvannor venceu na carreira sendo multifuncional. Na Moldávia, começou como lateral esquerdo, mas logo viram que o ponto forte era a parte ofensiva.
- Tinha mais força pra atacar do que defender. O treinador e o diretor começaram a ver isso. Jogamos o primeiro amistoso e joguei de lateral. No segundo, o capitão me perguntou se eu não jogava de ponta. Disse que nunca tinha jogado de lateral (risos), mas do meio pra frente jogava tranquilo. No foi o último amistoso, antes do jogo da Champions, entrei pra jogar na ponta. Em 15 minutos, dei duas assistências e fiz um gol.
- Não recebia bola de um sérvio de jeito nenhum. Então, comecei a jogar sozinho. Era muito agudo, gostava de arrastar. Não tocava bola não, saía driblando todo mundo. Se eu não me destacasse, iria voltar a o Brasill Apesar de ser mais bem aproveitado no ataque,
Luvannor sabia que precisava se firmar no Sheriff. Por isso, continuou aproveitando as chances. Até mesmo na seleção da Moldávia, pela qual atuou em amistosos.
- Na segunda temporada, atuei metade como lateral, porque os jogadores da posição se lesionaram. A terceira temporada foi a melhor. Fui artilheiro do campeonato, com 26 gols, joguei pela seleção da Moldávia e, aí, fui pros Emirados Árabes.
Família Henrique globalizada
Foi na Moldávia e nos Emirados Árabes que Luvannor formou sua família. Casou com Aleona, natural da Moldávia. Lá teve Jasmine, a primeira filha.
- Fiquei lá 3 anos, casei com a minha esposa. Eles me ofereceram o passaporte, fiz 4 jogos. Mas a Fifa mandou carta à Federação, porque só tinha 3 anos lá. Fiz gol contra a Suécia e Andorra. Fiz bons jogos. Por lei, tinha que ser 5 anos. Tive minha filha, Jasmine. Quando terminou a terceira temporada, tive proposta dos Emirados Árabes, pra jogar no Al Shabab. O Caio Júnior (técnico) me ajudou bastante. Ele foi muito especial pra mim. Fiz uma parceria muito boa com o Jô também. Ele me ajudou muito. O Edgar Junio também me ajudou muito no começo.
Nos Emirados Árabes, onde a família tem residência fixa, Luvannor teve o segundo filho. A família ainda está por lá. Em casa, Luvannor fala em romeno com a esposa. Também consegue se virar com o russo e com o inglês com os filhos
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- É uma mistura. Quem fala uma língua, duas línguas não pega nosso idioma. Vai uma palavra em russo, outro romeno e português. Só a gente entende (risos). Minha filha fala o inglês fluente. Ela responde em inglês, português e romeno. É uma bagunça em questão de conversa. Mas o importante é que a gente se entende.
A origem do nome
A família de Luvannor é toda ligada ao futebol. O pai, Paulo Henrique, atuou no futebol piauiense. Os irmãos também. O do meio, Klisman, atuou no Sheriff, junto de Luvannor. O mais novo, Boniek, está no ABC, de Natal.
- Meu pai fala fez um sorteio de alguns nomes. Saiu Luvannor três vezes. Ele fala que tinha um Luvanor que jogou no Goiás e no Flamengo.
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Apresentado como o "Luva do Cruzeiro", Luvannor recebeu um recado especial, na entrevista à Globo, de Iran Santos, o famoso "Luva de Pedreiro".
- Olha o cara que chegou ao Cruzeiro. Ele é bom de bola. O chute dele é diferenciado. O meu também é. Joga muito - disse Iran.
Luvannor agradeceu o carinho e a lembrança. O atacante, agora, quer cravar seu nome na história do Cruzeiro.
GLOBO ESPORTE, 05mai22, texto condensado.
Gilvan de Pinho Tavares tem que ser proibido de chegar perto do quarteirão da toca da raposa, de mencionar o nome do Cruzeiro, aliás tinha que ser mandado p Sibéria e suas 10 gerações subsequentes também, o Wagner de Pires de Sá idem, além de responder criminalmente junto com o Itair Machado.
BALANÇO DO CRUZEIRO revela dívidas esportivas. Até o fechamento das demonstrações financeiras de 2021 (28Abr), o clube pagou R$30 milhões. O pagamento dessas dívidas faz parte da venda de ações da SAF. Parte dos recursos foi usada para pagar dívidas inscritas na Câmara Nacional de Resoluções e Disputas. de 2021. No fim de 2021, também foram pagos R$7,7 milhões em dívidas na Fifa. Pagou-se o Al Wahda, dos Emirados Árabes, pelo volante Denilson, e também de atrasos com o técnico português Paulo Bento e seus auxiliares. Os outros valores, portanto, são deste ano e são dívidas pagas por Ronaldo.
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Segundo o clube, os processos na Fifa continuam sendo os maiores problemas. Os débitos na Fifa obrigaram o clube dedicar…
2019 e 2020 nadaram em dinheiro. Fizeram a festa.
BALANÇO do Cruzeiro 2021: déficit R$113 milhões (R$226,5 mi em 2020); receitas R$138,8 milhões (R$118,8 milhões en 2020); despesas R$176,9 (R$275,2 milhões em 2020).