DE PALESTRA PARA CRUZEIRO - O QUE É MITO E O QUE É VERDADE NA MUDANÇA DE NOME?... O dia 7 de outubro é um dia importante na história do cruzeirense. Neste dia é celebrado a mudança definitiva do nome Palestra Itália para Cruzeiro. A mudança foi o início de uma das histórias mais belas do futebol nacional, de resistência e conquistas.
No início da década de 1940, o mundo vivia a tensão da 2ª Guerra Mundial. O Brasil declinava-se a apoiar os países Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética) contra os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Em um decreto do governo federal ficou estabelecido a nacionalização dos nomes.
A partir daí, houve uma longa jornada que transformaria o Palestra Itália em Cruzeiro. Muitas coisas aconteceram até ficar estabelecido o novo nome do clube. Você sabe o que é verdade e o que é mito em toda essa história?
PALESTRA MINEIRO – VERDADE
Em fevereiro de 1942, o primeiro ato para nacionalização: o Società Sportiva Palestra Itália se transformou em Sociedade Esportiva Palestra Mineiro. O escudo foi adaptado, mas as cores se mantiveram as mesmas. Em seu primeiro jogo, enquanto o novo uniforme não estava pronto, a camisa verde, vermelha e branca deu lugar a uma camisa de treino, azul com três listras brancas na horizontal. Buscando maior apoio dos belo-horizontinos, os jogadores do Palestra Mineiro entraram em campo saudando os torcedores com uma bandeira do Brasil.
A atitude, porém, não foi o bastante. Em agosto daquele ano, o Brasil entrou oficialmente na guerra, após ter navios atacados por submarinos alemães. Foi declarada guerra contra os países do Eixo e todo e qualquer símbolo que remetesse aos países adversários estava proibido no Brasil. Descendentes de italianos, o palestrinos foram completamente hostilizados, tiveram casas e estabelecimentos saqueados e, por pouco, não tiveram o estádio incendiado. O fim do Palestra era uma realidade e era necessária uma mudança maior para resistir à toda pressão.
YPIRANGA - MITO
No dia 2 de outubro, por decisão unilateral, o então presidente Ennes Poni tenta mudar o nome do Palestra Mineiro para Ypiranga, mas sem sucesso. A decisão não passou de uma ata que foi assinada por apenas duas pessoas e foi anulada imediatamente pelo Conselho Deliberativo do clube.
Após a rejeição, Ennes Poni renunciou ao cargo de presidente, mas antes adiantou à imprensa que o time entraria no clássico daquela semana com o nome Ypiranga (o que não ocorreu). A imprensa, porém, anunciou que naquela semana o clássico ocorreria entre Atlético e Ypiranga.
CRUZEIRO POR UNANIMIDADE – VERDADE
No dia 7 de outubro de 1942, o Conselho Deliberativo, presidido por Oswaldo Pinto Coelho, escolheu por unanimidade o nome novo nome: CRUZEIRO ESPORTE CLUBE. Em ata, o Conselho oficializou a decisão e coube ao novo presidente João Fantoni (o Ninão) conduzir as mudanças junto à Federação Mineira de Futebol. Dentre os motivos da escolha do novo nome estavam:
O Cruzeiro era a principal constelação e um dos principais símbolos do Brasil;
A constelação estava presente na bandeira nacional e no Brasão da República;
A palavra “cruzeiro” era uma das palavras mais ditas no país naquele ano, uma vez que era o nome da moeda do país, o que facilitaria a disseminação do nome do time.
AZUL POR CAUSA DO CÉU – MITO
Todos os símbolos foram alterados com a mudança de Palestra para Cruzeiro. No lugar do escudo, as cinco estrelas do Cruzeiro ficavam dentro de um círculo branco. As cores verde, vermelho e branco deram lugar ao azul e branco. Para as autoridades, foi dito que azul era a cor do céu onde estava a constelação Cruzeiro do Sul, mas essa foi uma forma encontrada para demonstrar a resistência palestrina. O motivo real pela escolha do azul é que essa era a cor da seleção italiana e da Casa de Savoia, uma das mais antigas e tradicionais famílias europeias.
CRUZEIRO COM UNIFORME DO PALESTRA – VERDADE
Embora já houvesse uma definição de nome, faltava a validação da Federação Mineira. Após 3 meses de atraso, as alterações no estatuto que mudariam o escudo, o uniforme e o nome do Palestra para Cruzeiro foram aprovados. Em fevereiro de 1943, contra o São Cristóvão, enfim ocorre a primeira partida com o nome oficial Cruzeiro Esporte Clube. Como o uniforme não havia ficado pronto, foi utilizado o mesmo conjunto do Palestra Mineiro. O uniforme com o escudo do Cruzeiro entrou em campo uma semana depois, contra o mesmo São Cristóvão, ainda com os meiões do Palestra.
Dali em diante, a história do Cruzeiro só cresceu. Em seus primeiros 3 anos foi tricampeão mineiro, consolidando ainda mais no futebol de Minas. A partir daí o Cruzeiro se tornou um símbolo de uma torcida apaixonada e a cada conquista se tornou também referência de bom futebol no Brasil e no mundo.
FONTE: Cruzeiro Esporte Clube.
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NOTAS:
A Casa de Savoia era a casa imperial do Piemonte, região do norte da Itália, cuja capital é Turim. Sua cor é o azul de um tom mais claro que o da camisa do Cruzeiro.
O azul da camisa do Cruzeiro é o cerúleo (da cor do céu), definido estatutariamente.
Victor Emanuele, rei do Piemonte, tornou-se rei da Itália logo após a unificação do país, na segunda metade do século XIX.
João Fantoni, o artilheiro Ninão, não foi presidente do Cruzeiro. Era um dos três membros da junta governativa que geriu o clube durante a transição de Palestra para Cruzeiro. Os outros membros da junta eram Wilson Saliba e Mário Grosso.
Mário Grosso, primeiro presidente do clube, já com o nome de Cruzeiro, levou o time ao tricampeonato 43-44-45.
Não havia uniforme de treino específico. O presidente Ennes Ciro Poni comprou camisas brancas com um faixa azul horizontal na altura do peito para o primeiro jogo do time que ele unilateralmente decidiu que se chamaria Ypiranga. O Conselho Deliberativo derrubou o nome e Poni renunciou ao cargo, o que fez o Conselho formar a Junta Governativa, encarregada de registrar o nome Cruzeiro Esporte Clube e a camisa estrelada na Liga.
Claudio Burian
Que legal. Sempre pensei que ele havia se chamado Ypiranga durante diversos meses, tendo entrado em campo com este nome. Ninão, um dos maiores artilheiros do futebol mundial! Um dos maiores centroavantes da gloriosa história cruzeirense!!!
Larcamon foi chutado do Cruzeiro por um jogo atipico em Sousa e por um pênalti de var no clássico contra um time superior. Seabra foi 100% boicotado pelo jeca que comprou o clube. 3 treinadores num ano é fanfarronice.
Pelos relatos da Itatiaia sobre os treinos do Diniz, estamos fudidos. Será que dá pro jenio tirar mais uns dias de folga e assumir só depois da Sulamericana?
Ex volante Hudson disse em entrevista que Diniz treina uma hora e meia de saída de bola e apoia os atletas quando eles erram "fazendo o certo". Ok, resta saber se alguém errar "fazendo o certo" nas finais da Sulamericana, a torcida vai passar pano pro jogador e pro próprio treinador.
Coxa baleada do Cássio pode ferrar com a brincadeira do Diniz. Há males que vêm pro bem.