Pepa abre o jogo sobre demissão do Cruzeiro, revela mágoa e nega atrito com elenco; leia entrevista, Técnico admite surpresa com saída após jogo contra o Grêmio e cita "ruídos externos"
Duas semanas após ser demitido pelo Cruzeiro, Pepa abriu o jogo sobre a passagem de cinco meses pelo futebol brasileiro. O português vive os últimos dias em Belo Horizonte e concedeu mais de uma hora de entrevista exclusiva à Globo. Revelou mágoa com a decisão da diretoria pela demissão e negou qualquer tipo de problema no vestiário.
"Quando falo sobre isso, falo com um bocado de mágoa e frustração, porque não queria sair. Não esperava, nem queria. Mas, pronto. É assim. Estou aqui, estou torcendo de longe para que ocorra tudo bem. E vai ocorrer."
Pepa foi demitido pelo Cruzeiro em meio à instabilidade do time no Campeonato Brasileiro. Eram sete rodadas sem vencer, e a zona de rebaixamento ia se aproximando, após um início de briga entre os classificados para Libertadores. Apesar da ausência de vitórias, o time jogou bem em boa parte desses confrontos. Pepa esperava mais respaldo por parte da direção em meio à turbulência.
O treinador português cita que o processo seletivo que o confirmou como técnico do time, há seis meses, o fez ter segurança de que teria respaldo em momentos difíceis, em função do projeto da SAF. Segundo Pepa, a diretoria entregou tudo o que foi prometido em termos de estrutura, mas admite que faltou apoio no momento de ausência dos resultados.
- Tudo, tudo, tudo. Não me faltou nada. A única coisa que me senti foi um pouco desapoiado. Você treina o Cruzeiro, com 11 milhões de torcedores, uma paixão louca. De repente, tchau, acabou. Se fosse por confusão com jogadores, com direção, com más exibições... aí, sim. É uma grande mágoa. Da mesma forma como foi explicado sobre a força do projeto, se em algum momento acontecesse de perder por 3 a 0, chegar e falar: meus amigos, esse é nosso treinador, é ele até o final da temporada. Seja com 3 a 0, 4 a 0, 5 a 0, ele vai ser nosso treinador, porque foi escolhido e nós acreditamos.
Pepa comenta sobre "ruídos externos" da saída do Cruzeiro
"Só essa coisa que fica. Por que não foi feito isso? Se não foi feito, não acreditam que daria. Eu acreditava a 100%. Mas, quem tem a faca e o que na mão, não acreditou. Só tenho que respeitar. Ajudaram-me em tudo, não faltou nada, mas senti a falta de apoio. Mas, será que era falta de apoio? Talvez acharam que era melhor assim."
Mas, qual o motivo de não ter conseguido apoio por mais tempo na direção? Pepa cita "ruídos externos", sem explicar exatamente de quem, e considera inclusive que o rebaixamento do Valladolid na Espanha também pode ter influenciado. O clube, assim como o Cruzeiro, é gerido por Ronaldo Fenômeno.
"Os resultados não estavam sendo os melhores. Alguns ruídos externos, alguma pressão externa, ok. Não sei se pesa em quem decide, o fato de o Valladolid ter caído no ano passado. Não sei. Resultados são nossa vida. Treinador vive de resultados."
- (...) Se com a situação dos últimos resultados, se isso criou muito ruído ou muita pressão para a decisão que foi tomada em quem decide e quem manda, isso eu não sei. Não faço a mínima ideia. Que eu estava cheio de energia, igual, eu estava. Eu estava cheio de energia, de vontade. Eu estava. Eu não tenho dúvidas de que o Cruzeiro vai atingir os seus objetivos. Minha única dúvida é se é Libertadores ou Sul-Americana. Sinceramente. A distância para a Libertadores é só um pouquinho. Não é nada do outro mundo.
Justamente em função das boas atuações do time, houve questionamento se a demissão ocorreu a partir de problemas de relacionamento com jogadores ou diretoria. Pepa foi enfático ao negar, antes mesmo de ser perguntado.
"Algumas coisas chegam aos seus ouvidos. E quando vieram me falar de mal ambiente no vestiário, é completamente mentira. E não é que há necessidade de vir aqui desmentir, mas é mentira. Ambiente fantástico com tudo e com todos, com jogadores, estrutura, direção, funcionários, segurança, porteiro, pessoal da limpeza, da cozinha, de tudo."
- Que fique bem claro: dos jogadores que jogam menos até o mais, falavam do Wallisson, do Neto (Moura), Nikão, nada (de problema). Quando tem cobrança, tem cobrança. Quando era para ficar com jogadores, ficava com os jogadores e eu. Agora, que tínhamos um ambiente, tínhamos. Tínhamos um grupo bom, de ambiente, trabalho, exigência, era fantástico. Grupo de trabalho era muito bom.
Uma semana após a demissão de Pepa, Pedro Martins, diretor executivo de futebol, preferiu não detalhar todos os motivos da saída do treinador, mas citou questões relacionadas ao dia a dia de trabalho. Avaliação que envolveu métodos e a energia colocada nos treinamentos. O técnico português disse que não assistiu à entrevista e recebeu com espanto a declaração.
"Por opção, não vi a coletiva do Pedro. Estou a ser apanhado de surpresa. Até fico um pouco assustado com isso. Não é responder a alguém, não é uma coisa grande. Mas a gente treinava pra c*, a gente treinava muito. Aquele grupo treina muito."
- Essas coisas do elenco é mentira. Relacionamento top. Eu, como jogador, posso achar que gosto mais daquele. Mas relacionamento saudável, top. Nós voamos. Quem não voasse ali, não teria condição. Não vou a responder, mas aquele grupo de trabalho trabalha no limite. Uma coisa é a bola entrar, não entrar, mas no nosso dia a dia só tenho que falar muito bem.
Os resultados pesaram muito para a demissão?
- Sim. Eu iria sentir contente se pensasse: "Esses caras estão comigo até a morte". Se acontecesse essa situação de pedir calma, eu diria: "Estou chateado com os resultados, mas estou calmo, porque a confiança é total". Se sentisse o grupo fugindo da mão, o ambiente ruim com os jogadores, falta de apoio da direção, eu seria o primeiro a sair. Se eu sou o problema, não a solução, eu saio numa boa. Quando eu sinto que não só sou parte da solução, como também estou com energia para agregar e fazer parte do processo. O que mais convenceu a vir foi essa estrutura, esse processo diferenciado. No momento do abalo, sentir: "Calma, estamos aqui, deixa haver o ruído, a equipe não está perdida". Essa é a mágoa que fica.
Houve conversa sobre demissão logo depois do jogo com o Grêmio?
"Não houve grande conversa. Houve conversa entre jogadores, equipe técnica. Tivemos erros na derrota. Agora, com a direção não houve nada no aspecto. Foi no primeiro treino da semana, houve reunião muito cedo e fui comunicado que não contavam comigo. Não vou falar do que se fala em quatro paredes, mas foi muito na questão de resultados."
O tom da entrevista após o jogo com o Grêmio te prejudicou, com a frase de que "trocaria 10 jogadores, se pudesse"?
- São perguntas que não posso responder, porque não tomei a decisão. Já vi cada conferência de imprensa, a xingar, rasgar. Tivemos um mal jogo. Se tivesse que mudar cinco, mudava cinco. Não tem o que defender. Em faltar situações. É lá o que gosto de fazer as coisas, ajudar, cobrar. Foi um desabafo normal. Tomei más decisões em jogos ou mexi mal no intervalo. Foi um desabafo normal. Não vi nada. Para mim, não faz sentido. Para mim, um desabafo normal.
Houve conversas nas semanas anteriores à demissão?
- Tivemos, tivemos boas conversas depois do Goiás. E a resposta foi rápida, no jogo contra o Paranaense. As coisas que não são corrigidas é ganhar, a bola entrar. Um minuto antes e depois, estava com 30 e poucos pontos e agora com 26. Um palmo para dentro ou fora. A bola entra ou não entra. Mas o que controlamos, tivemos humildade de trabalhar em conjunto. Podemos ajustar um pouco aqui ou lá, da mesma forma que o nutricionista ajusta jogadores, o cozinheiro ajeita a cozinha... faz parte. Treinador tem ou não tem capacidade. Diretor de futebol tem que ser ouvido e tem que falar. Esse trabalho de ajuda mútua é constante e fundamental. Aconteceu isso para acontecer. As outras coisas não podem acontecer. É entrar ou não entrar (bola).
Quem conversou com você e qual foi o assunto, após a derrota para o Goiás?
- A pergunta é boa, mas têm coisas que não posso responder. Posso dizer que foram Paulo André e Pedro Martins. Agora, todo o resto, são coisas normais. É sério. Não vou fazer um bicho de sete cabeças. É coisa de trabalho. É como se o diretor fosse chamado para falar sobre o trabalho, coisas do dia a dia. Isso é bom, ajuda. Tem outra questão. Quem ouve tem que ter a capacidade de ouvir e refletir se faz sentido ou não. Ou então é um burro com duas orelhas gigantes que é dono da razão e não quer ouvir nada, nem ninguém. Não é o caso. Ouvir os jogadores também é muito importante. Não é ouvir na dúvida. “Ah, estou com dúvida e vou ouvir os jogadores”. Não. Ouvir os jogadores. Às vezes há um conforto de jogar mais na esquerda, mais na direita. Isso faz parte, ouvir os jogadores. Foram coisas normais, que ajudam no dia a dia.
Houve problemas de relação com o meio "externo"?
- Para mim, sinceramente, foi um grande aprendizado. Fala-se muito que o Brasil é insuportável. A relação com a comunicação social, por exemplo, não achei. A pessoa que dá o respeito, é respeitada. Agora, se a comunicação social tem uma opinião contrária, está no direito. Está no direito. Acho até que têm que fazer perguntas mais duras, mais objetivas, que às vezes ninguém gosta de ouvir... você responde o que quiser e ponto. Nesse caso eu respeito. Se eu não gostar da pergunta, você está fazendo o seu trabalho. Agora, eu senti, sinceramente, gostei do desafio daquilo que tanto se fala. É verdade, vai na rua, é constantemente abordado. Na boa. “Há uma pressão louca”. Eu não senti isso. Eu senti uma pressão boa. Boa! É a responsabilidade de representar 11 milhões de torcedores. Isso é um orgulho tremendo. A mim não fez o contrário. Não me inibiu, nem me pressionou. Foi o contrário. Deu um gosto. Acorda todos os dias com prazer de ir pra Toca trabalhar.
Como era o trabalho com D'Alessandro e Autuori?
- A estrutura é muito boa. O Paulo Autuori, infelizmente, não tive muita oportunidade de trabalhar com ele. Ele chegou na altura do jogo contra o Botafogo, portanto não tive muito tempo, infelizmente. Ele é uma pessoa que ia ajudar em muita coisa. Experiência, conhecimento. Eu não ia beber dele? Claro que ia. Eu ia ter a capacidade de ouvir, mas não para ser uma marionete. É ouvir porque é outra opinião, são outros olhares. Não é ouvir por ouvir porque está com dúvidas. Nunca tive dúvida de nada. Mas se tiver a capacidade de ouvir, vai melhorar no seu caminho, no seu processo.
"O D’Alessandro estava desde o início. Não tenho palavras. Uma ajuda tremenda em tudo. Ele e praticamente a estrutura toda é de alto nível."
Faria algo diferente do que fez?
- É difícil dizer isso agora. Claro que faria, mas é fácil dizer isso depois. Sinceramente para essa resposta é que eu faria a maioria das coisas de forma igual. Sei que foram bem-feitas. Estamos falar em um palmo para a esquerda ou para a direita, um minuto para frente ou para trás, e estaríamos com 30 e poucos pontos. Mas, é o futebol. Para isso acontecer, é porque as coisas estavam sendo bem-feitas. Claro que havia situações que eu alteraria, mas vivo muito bem com isso, porque não podemos voltar atrás. O que pode é não cometer os mesmos erros. É uma coisa diferente, porque o burro nasce burro e morre burro. Quando acontecer certas coisas já vivenciadas, eu não vou cometer um ou outro erro que já foi cometido.
E quais foram esses erros?
- São erros normais. Você olha com o Cuiabá, colocar dois atacantes no intervalo. São coisas de decisões, coisas pequenas. São coisas tão irrelevantes para quem ouve, mas são dessas que eu falo como alguns erros. Quando falamos de erros, talvez esperem uma resposta impactante: “Que grande cagada que ele fez” (risos). Não teve nada, nada, nada. São coisas normais. Talvez o Bruno deveria ter sido substituído mais cedo em alguns jogos, porque sacrificou-se muito. O Nikão talvez não tenha sido bem gerido por tudo e por todos. Não é culpa do Nikão, do Pepa, do Pezzolano... aconteceu que o Nikão ficou muito tempo sem jogar, talvez deveríamos ter recuperado ele mais cedo para nos ajudar mais cedo. Não fez um bom Estadual, depois caiu também um pouquinho. Mas são fases. Aconteceu com Nikão, com Gilberto, com Marlon, com Vital, com todos. Portanto, não são erros, são pequenas coisas. Não era isso que queria ouvir, era uma grande cagada (risos).
Deixa um trabalho com bom caminho trilhado?
- Não estou dizendo que estava tudo indo mal (quando chegou). Atenção, não é isso. No contexto em que cheguei, estava com um bocado mais de caos, mais complicado. Hoje, sinto que seja com o Zé Ricardo, com o Zé Manoel ou com o Zé Antônio, como maneira de falar, o carro está andando. As coisas estão caminhando. O Cruzeiro não é um coitadinho, o Zezinho que subiu agora e vai andar comendo migalhas. Não é. O Cruzeiro joga, seja com quem for e aonde for, para ganhar e olhando nos olhos. Há momentos bons, momentos menos bons. Não se pode é prolongar esses momentos ruins por muito tempo. Os resultados não foram os melhores, mas a confiança é total. Calma, calma. Não há nenhum terremoto, nenhum tsunami. Parece que ficou tudo muito nervoso. É bom ficar assim, mas calma. Confiança no trabalho, porque as coisas estão sendo bem-feitas. Com o Zé Ricardo, o grupo vai pegar rápido e vai conseguir um bom trabalho. Não tenho dúvida disso.
O que deixa de recado para a torcida?
- Não quis falar muito sobre a torcida para não parecer que estava puxando saco. Até achei estranho. Ninguém nunca me tratou mal. Perdemos ou empatamos, e eu gosto de ir à rua, ao café, ao boteco, ao restaurante. Gosto de ver o olhar da pessoa, a cobrança. Ninguém nunca me tratou mal. Uma coisa é dizer que um não faz gol, que aquele outro está mal, mas a outra é falta de respeito. Ninguém nunca me tratou assim. Por isso que a torcida do Cruzeiro merece só meu agradecimento por todo o apoio. Vaiou no estádio, após o final? Se eu estivesse lá, também faria. Isso é normal, desde que apoiem durante os 90 minutos. Acho ruim quando não gostam quando o jogador vai entrar, quando assobiam quando ele toca na bola. Isso não ajuda ninguém. Mas, acabou o jogo, fomos eliminados pelo Grêmio na Copa, mas fomos aplaudidos de pé. Contra o Fluminense, também. O mesmo contra o Botafogo. Quando joga mal, temos que ouvir, colocar a viola no saco e trabalhar no dia seguinte. Só tenho a agradecer a torcida do Cruzeiro por tudo. Senti um apoio tremendo. Ouvi que não deveria sair de casa quando perdesse. Não sai porque está com raiva enorme. Mas gosto de sentir o povo, o apoio.
GLOBO ESPORTE, por Cérix Ramon, Gabriel Duarte, Guilherme Macedo e Guto Rabelo, em 13set2023.
SANTOS x CRUZEIRO 14set23qui19h, Vila Belmiro, Santos, 23ª rodada do Brasileiro 2023. .
TEMPO limpo, temperatura 25º, vento 15 Km/h, umidade 70%..
CLASSIFICAÇÃO: Cruzeiro é o 12º, com 26 pontos; Santos, 17º com 21 pontos..
RANKING CBF: Cruzeiro é o 18º; Santos, o 17º..
TRANSMISSÃO: Premiere, narração , comentários ; Canal Samuel Venâncio, Youtube, narração Alberto Rodrigues..
ARBITRAGEM: Braulio da Silva Machado (SC - Fifa) Assistentes: Nailton Junior dos Santos Oliveira (CE- Fifa) e Alex dos Santos (SC) VAR: Daniel Nobre Bins (RS - Fifa).
CRUZEIRO: Cabral; William, Neris, Castán, Marlon; Jussa, Lucas, Vital; Wesley, Gilberto, Gomes. T: Zé Ricardo..
BANCO: Anderson, Mesquita, Palacios, João Marcelo, Oliveira, Kaiki, Fernando Henrique, Machado, Ian Luccas, Nikão, Paulo Vitor, Bruno Rodrigues..
AUSENTES: Papagaio,…
Discordo quando o luso expressa que se surpreendeu com a demissão. Era previsto, já que os resultados não aconteciam e a questão anímica passou a aparecer. Mesmo com uma hora de entrevista, nada de novo foi dito. Ficaremos sem entender a gota d'água para a demissão.
Disse algumas verdades e em outros momentos forçou a barra pra defender o trabalho feito. Nada muito relevante. Desejo boa sorte pra ele na carreira, como desejo pra qualquer profissional que tenha vindo aqui e respeitado o clube. Que a experiência adquirida numa cultura diferente possa lhe ser útil em trabalhos futuros.
Palestra Itália 3x7 Santos - 31/03/1929 - (Barro Preto / Belo Horizonte) - Amistosos 1929
Cruzeiro 2x4 Santos - 10/02/1944 - (Lourdes / Belo Horizonte) - Amistosos 1944
Santos 4x3 Cruzeiro - 25/02/1951 - Alameda Belo Horizonte) Torneio Belo Horizonte 1951
Cruzeiro 2x4 Santos - 23/12/1958 - (Independência / Belo Horizonte) - Amistosos 1958
Cruzeiro 4x3 Santos - 29/03/1966 - (Mineirão / Belo Horizonte) - Amistosos 1966
Cruzeiro 6x2 Santos - 30/11/1966 - (Mineirão / Belo Horizonte) - Taça Brasil 1966
Santos 2x3 Cruzeiro - 07/12/1966 - (Pacaembu / São Paulo) - Taça Brasil 1966
Cruzeiro 3x1 Santos - 19/04/1967 - Mineirão Belo Horizonte Roberto Gomes Pedrosa 1967
Santos 2x0 Cruzeiro - 13/10/1968 - (Morumbi São Paulo) - Roberto Gomes…
HISTÓRICO: 82 jogos, Cruzeiro venceu 31, empatou 21. perdeu 30. Marcou 118 gols, sofreu 129.